Ouro Fino pode ter quatro candidatos a deputado estadual

A notícia foi dada na noite desta segunda (28) com uma live do jornalista e youtuber Alexandre Megale.

Em live simultânea no facebook e no youtube na noite desta segunda-feira (28) o jornalista Alexandre Megale comunicou que negocia com três partidos e pode se lançar como candidato a deputado estadual em Minas.

Se isto ocorrer, Ouro Fino com uma população aproximada de 35 mil habitantes, poderá ter em 2022, quatro candidatos em disputa por uma cadeira no legislativo mineiro. O já deputado Dalmo Ribeiro, o ex-prefeito da cidade, Maurício Lemes de Carvalho e o vice-prefeito João Giordani Neto.

Alexandre José Megale tem 53 anos. Trabalhou por 25 anos na Rádio Difusora de Ouro Fino (MG), além de ter atuado em Campinas (SP) na União – 89 FM que hoje é a Jovem Pan e na Rádio Brasil AM.

No Canal Sul das Gerais no You Tube (criado por Megale), atua há dois anos. Já possui quase 33 mil inscritos e por volta de 80 mil expectadores únicos por vídeo postado. Em grande maioria, matérias policiais.

Após o comunicado, a reportagem do Ultra News procurou Megale que confirmou a possibilidade de se tornar político e também concedeu uma entrevista que transcrevemos a seguir:

Ultra: Você anunciou em live agora a pouco a possibilidade de ser candidato a deputado estadual. Como o seu público reagiu?

Megale: A grande maioria foi a favor, dos que comentaram. Agora vamos ver o que vai dar de visualização.

Ultra: Quais são os três partidos que você negocia?

Megale: Não dá para contar ainda. Como estamos em negociação ainda, não posso comentar. Não tá fechado com nenhum ainda.

Ultra: Como surgiu esta vontade de ser candidato?

Megale: Na verdade, começou com uma jornalista, que provavelmente também perguntou a alguns partidos e eu acabei sendo procurado. E conversei com os líderes destes partidos.

Ultra: Mas você pensava em um dia ser candidato a algum cargo político?

Megale: Não. Não neste ponto. Pensei em ser vereador, talvez aos 60 anos ou mais velho. Mas sair antes, não.

Ultra: Sua família teve políticos, certo? Décio Megale, o Capitão Lazito…

Megale: Sim. Na verdade, o primeiro prefeito de Ouro Fino era meu bisavô. Amando Sanches Lemos. Capitão Lazito como vereador, que era irmão do meu pai, foi presidente da Câmara. E Constant Jardim que não sei qual cargo ocupou.

Ultra: Agora, se houver mesmo a possibilidade de você sair a deputado estadual… por enquanto é só negociação… mas há possibilidade real?

Alexandre: Inclusive há um candidato a deputado federal que está bem avançada a negociação. Acredito que vão ter vagas em dois partidos e eu vou ter de decidir para que lado eu vou.

Ultra: Nesta negociação, está dentro dos seus princípios?

Megale: Então, não estou negociando com partidos que não tenham os meus princípios.

Ultra: E quais são os seus princípios?

Megale: Na realidade sempre fui anti-esquerda. Nunca gostei da forma de trabalho da esquerda brasileira. Jamais negociaria com partidos de esquerda.

Ultra: Negocia, então, com partidos da direita?

Megale: De centro e centro-direita. Mas com tendência para o centro-direita, não centrão, que não é o perfil.

Ultra: Como político o que você gostaria de fazer?

Megale: Nossa. Bom.. (pensativo). Vamos lá. Você acompanha meu trabalho. Sabe que eu bato muito em cima de matérias policiais. Ai eu vejo que há um déficit muito grande na segurança pública e têm outros detalhes. Não adianta você combater o crime agora com a pessoa já com uma certa idade e deixar as crianças lá. Deputado nenhum executa, né. Atua no Legislativo. Quem executa é o Governador. Mas ficar no pé do Governador para criar políticas públicas em prol das crianças, de inclusão social. Tirar a criançada da rua. Colocar em escolas, em quadras. Cuidar da criança. Desde novinho. E também de combate ao crime. Você sabe quantas viaturas estão em trabalho na rua neste momento?

Ultra: Quantas?

Megale: Duas, tá. Ai se tiver um flagrante é uma viatura a menos, porque esta vai a Pouso Alegre (MG) e fica lá. Se tiver dois flagrantes, a cidade fica desguarnecida. Porque o plantão é realizado em Pouso Alegre. Aí você chega lá e tem uma fila monstruosa para atendimento. Saem dois militares ou três, dependendo da equipe. Tipo assim, se chegam às sete da noite, tem cinco ou seis na frente, voltam duas da manhã para cá. São horas que você está sem policiamento na cidade. Por que não diminuir isto? Vamos diminuir o plantão então, para nove cidades, que é a área de atuação da Companhia de Polícia Militar de Ouro Fino.

Ultra: E começar como Deputado Estadual, não ter passado por vereador, prefeito, não ter carreira política, a experiência, não ter a malícia política, como sobreviver neste mundo e ainda, a cidade com mais três possíveis candidatos?

Megale: Bom, certeza é de apenas um, né, que acredito que será reeleito, pela quantidade de cidades em que atua. Os demais vêm para brigar. Acredito que tem mais um sem experiência.

Ultra: Três doutores e um jornalista. Dois médicos, um advogado e um jornalista.

Megale: (Risos)… é. Você perguntou como sobreviver, vou ser o que sou. Não vou mudar nada.

Ultra: E vai continuar briguento na Assembleia, caso o “azarão” chegue na final?

Megale: Acho que ficarei pior. Ai você sabe que pode brigar. Você tem voz. Porque são 77. É mais fácil brigar com 76 do que brigar com o que eu brigo aqui. Com 60 mil. Com 30 mil pessoas da cidade, que o prefeito fica p… da vida dos protestos. Acho que a briga será um pouco mais acirrada.

Ultra: Você não tem medo da política, dos bastidores da política, de se corromper?

Megale: Não, não tenho, de forma alguma. Mesmo porque não tem dinheiro que compre. Nunca precisei de dinheiro para viver. Sempre vivi com muito pouco. Não preciso de rios de dinheiro, não tenho aquele sonho “ah quero ter um avião”. Não tenho. Eu só quero viver razoavelmente bem com minha família. Só isto.

Ultra: Você acredita que a política possa resolver a situação do país? Muitos eleitores ficaram com raiva, não querem votar, não acreditam em políticos. Acham que todos tenham privilégios, ganham por fora…

Megale: Então, nós tivemos mudanças nos últimos anos. Uma troca bem grande. No Brasil inteiro. E algumas foram gratas surpresas. Acredito sim, que dá para mudar. Uma pessoa na live disse: “Não entra nesta não, você vai se perder.” Ai que tá, se a gente deixar só aqueles que eles acham que são políticos ruins nas Câmaras, nas Assembleias, aonde vamos parar? E quem pode fazer alguma coisa para melhorar, não faz nada, não dá a cara a tapa, a gente vai continuar da mesma maneira.

Ultra: Quando você terá a resposta?Quando será oficial?
Megale: Dentro de uns dias. Antes da filiação que será agora em Março. Na realidade só preciso sentar com os representantes dos três partidos para ver as propostas de trabalho. Sou meio independente, meio briguento, você sabe. E algumas coisas pode ser que eu não concorde. Sempre penso no que a população precisa. Não o que eu preciso. Não no que o partido quer. Porque terá verba para o partido. Não. Ai vou votar contra.

Ultra: Você não tem medo de ser apagado? Por causa de política ou por causa de criminosos, das notícias que você dá?

Megale: (risos) Não sei. Por criminoso não, porque eles, na hora que eles estão sendo presos, (você sabe porque faz isto também), ele sabe que vai ficar ali. Não quer ser exposto. Mas depois ele verá que todos que cometeram algum delito aparecem nos vídeos, das grandes emissoras. Quando cai a ficha dele, ele acaba entendendo. Muitos até vêm trocar uma ideia comigo depois. Mesmo porque os trato com respeito. Apesar dos títulos meio mirabolantes que faço nos vídeos.

Ultra: Muito obrigada pela entrevista.

Megale: Já? Eu que agradeço!

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