História de Ouro Fino

O CEMITÉRIO – O TURISMO DA ALMA

Por Ulisses Abreu (Fotos: Divulgação – Prefeitura de Ouro Fino)

 O cemitério de Ouro Fino é um grande cofre, onde se guarda um imenso relicário. Não só a beleza arquitetônica de seus túmulos em granito preto, que se postam ao lado de humildes sepulturas, rodeadas de cipreste e flores multicoloridas, artificiais ou verdadeiras, ali jaz a alma de muitas gerações de filhos da terra. Ali jaz guardado sob a terra sonhos, desilusões e muito amor, que se perderam no tempo.

Ao visitar o Cemitério de Ouro Fino, não vá apenas para orar e se conectar em pensamento com a alma do ente querido e trazer as mais tristes lembranças de quem se foi. Não deixe suas lágrimas rolarem sobre o túmulo. Elas não irrigarão as flores, que por ali bordejam, elas ferem a alma de quem se foi.

Ao visitar o Cemitério de Ouro Fino, não tenha o obtuso olhar para ver somente um amontoado de túmulos, olhem a rica história de nossa cidade, escrita nos nomes gravados em cada lápide dos impontes e ricos granitos. Olhem e vejam, nas abauladas sepulturas de terra, aquelas humildes criaturas, que tanto ajudaram, com sua força de trabalho, na construção dessa cidade.

Ao visitar o Cemitério de Ouro Fino, vislumbrem também, por horas inteiras, a paisagem maravilhosa das montanhas, que circundam e enfeitam o santuário dos mortos. Somente essa paisagem deslumbrante prenderia as almas dos que se foram, por muito mais tempo, ao lado daqueles que aqui vivem.

 Ao visitar o Cemitério de Ouro Fino, um poeta anônimo, extasiado e atônito diante de tanta beleza, parou diante de um singelo túmulo de terra e viu uma linda flor que aflorava do olho de um crânio semi enterrado e versejou:

“POBRE FLOR QUE MAL NASCESTE,

QUE INFELICIDADE A TUA SORTE,

ARRANCAR – TE É MUITO TRISTE,

DEIXAR – TE É MUITO FORTE,

DEIXAR – TE COM A VIDA

É DEIXAR – TE COM A MORTE.”

Ulisses Abreu

17/05/2022

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