Depois do Natal

(Fotos e texto: Consuelo Pitaguary)

Depois que passa o Natal existe um hiato até o Ano Novo. Todos desaceleramos. Dá tempo de reencontrar amigos e amigas, voltamos quase sempre para a casa dos nossos pais, abraçamos nossos avós, tios, tias, irmãos, irmãs, primos e primas. A mesa reúne tudo o que há de mais gostoso e fica assim todos os dias, festiva e saborosa, à espera de um aperitivo fora de hora.

Em qualquer casa existe algo ou alguém para recordar nesta época de reunião. O grande hiato nos faz adormecer com a sensação de que tudo irá melhorar. E vai. Essa certeza é que nos move.

Tem a chuva que cai mansa, a música escolhida para tocar no Spotify, a manta leve que alguém põe em nossas costas quando adormecemos no sofá, o panetone que ganhamos e deixamos sobre a mesa para “o qualquer hora” o fora de hora.

Já nem sei quanto tempo faz que esse hiato me faz olhar para tudo com olhos de Pollyana, mesmo sabendo, via TV e internet, de todas as dificuldades e tragédias cotidianas. Parece que a época também é propícia para todo tipo de infortúnio e tristeza. Mesmo assim avançamos obstinados que somos.

O hiato que não tem fim é esperar o Ano Novo com a mesma Esperança que nos sustenta ano após ano, sem desistir de buscar sempre algo melhor.

É por isso que depois do Natal eu fico com a imagem das ruas e casas carinhosamente enfeitadas, com o cheiro do pernil no forno, da farofa deliciosa e úmida, dos doces sobre a mesa.

Depois do Natal eu sinto saudade de tudo que já passou, dos que se foram cedo ou tarde demais, das conversas com meu pai. É só um hiato. Vai passar.

Até 2022!

Que possamos guardar muitas boas lembranças do velho ano. Delicadezas que não têm preço são a melhor contribuição para o Ano Novo que se aproxima.

Feliz Ano Novo 🎈

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