A praça é nossa

Você já percebeu o quanto as redes sociais são praça pública?

Ali se discute de tudo, desde trivialidades até questões de cidadania.

Virou a nossa Ágora, lugar onde, principalmente os atenienses, tratavam dos assuntos ligados à vida da cidade.

Ali se discutia de tudo, desde política interna e externa até questões da rua em que se morava.

Era ali que se abrigava o não pensado e, sobretudo, o não planejado. E não por acaso, era ali também que Sócrates reunia os seus alunos para parir o “conhece-te a ti mesmo”.

Foi assim com Platão no conhecido “Mito das Cavernas” e depois com Aristóteles, que iniciou o processo de codificação do livre pensar e com tantos outros pensadores que ousaram ir sempre mais além do que já estava dito como certo e acabado.

Mito das Cavernas – Platão

Norberto Bobbio diz que qualquer cidadão está potencialmente apto a participar dos debates públicos. Em seu livro “Conceito mínimo de Democracia” (1997, p. 12), define Democracia como “um conjunto de regras de procedimento para a formação de decisões coletivas, em que está prevista e facilitada a participação mais ampla possível dos interessados.”

Norberto Bobbio. (Foto:Wikipedia)

É por isso que o Marco Civil da Internet, Lei 12.965/2014, em seu artigo segundo, dispõe sobre o respeito à pluralidade e à diversidade.

E é por isso inclusive que nenhuma pessoa pode ser punida por exercer a Cidadania através das redes sociais.

Discutir, debater, dialogar sobre as questões da cidade no ambiente virtual é um direito que nos impõe também o respeito mútuo. Ainda mais quando quem o faz usa o seu perfil verdadeiro.

Em tempo de fakenews há que se regular esse exercício quando há excessos como, por exemplo, a perseguição política, a calúnia e a difamação, além das ameaças e intimidações, todas com o intuito de desconstruir reputações de cidadãos e cidadãs atuantes e preocupados com a melhora da vida em sociedade.

O direito à livre expressão está garantido na Constituição Cidadã de 1988, tanto quanto estão resguardados as liberdades individuais e coletivas na mesma medida e proporção.

É por isso que eu sempre digo que o “cala boca já morreu”.

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