Insetos de menor ocorrência em lavouras cafeeiras

Na natureza há uma gama de insetos que fazem parte de uma rede em equilíbrio, contudo com a ação do homem, esse equilíbrio é rompido trazendo uma desordem. Na agricultura não é diferente, sendo que esses insetos atuam de várias maneiras e em alguns casos podem contribuir ou prejudicar as lavouras.

Uma das atribuições da academia e da ciência é conhecer estes insetos e descobrir a melhor maneira de manejá-los de modo que possam oferecer um benefício ou no mínimo que não comprometam as plantações.

Na cultura do café isso não é diferente, sendo uma lavoura de extrema importância para o sul de Minas Gerais frequentemente é observado estes insetos. Estes insetos ainda são poucos conhecidos na cultura do café, dos técnicos de campo, da academia e dos cafeicultores, sendo motivo de mais estudos.

O fungus gnats (Bradysia matogrossensis ) (Figura 1) é um pequeno mosquito que realiza a postura no substrato das mudas do cafeeiro e após a eclosão a larva alimenta-se da semente do café a destruindo (Figura 2) e na fase de planta jovem a larva compromete as raízes. Em condições de alta umidade e reduzida a luminosidade o inseto pode provocar prejuízos significativos aos produtores de mudas de café.

Figura 1 – Larva de fungus gnats em ataque na semente de café.

Fonte: Melo (2022)

Até o momento, o ataque tem ocorrido apenas de maneira pontual, sendo constatado apenas um registro em mudas de café em nossa região, sendo observado em mudas de plantas ornamentais. Na ocorrência do inseto é aconselhável a eliminação do lote contaminado e recorrer a um responsável técnico para os demais manejos.

Figura 2 – Dano provocado na semente do café pelo fungus gnats.

Fonte: Melo (2022)

A ocorrência do fungus gnats refere-se a um inseto prejudicial. Agora iremos discorrer sobre um inseto benéfico para a cultura do café.

A larva do inseto Mycodiplosis hemileiae de cor alaranjada, (Figura 3 e 4) ocorre em lavouras de café predando a ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix Berk & Br). As primeiras observações relatadas na região do extremo sul de Minas Gerais é que este inseto se desenvolve em locais com menor luminosidade e maior umidade, ambiente no qual a ferrugem do cafeeiro apresenta maior pré disposição para aumentar a infecção.

Estudos estão sendo realizados para averiguar o potencial de predação em condições normais. A pesquisa em andamento procura monitorar as condições de ambiente e de lavoura , visando identificar locais favoráveis a reprodução do Mycodiplosis hemileiae e para a predação da ferrugem no cafeeiro que sejam benéficos a cultura , assim diminuindo o uso de fungicidas.

Figura 3 – Larva do inseto Mycodiplosis hemileiae, predando os esporos da ferrugem do cafeeiro.

Fonte: Melo (2022)

Figura 4 – Larva do inseto Mycodiplosis hemileiae, sobre a folha do cafeeiro

Fonte: Melo (2022)

Portanto a agricultura/cafeicultura está em constante mudanças e no que tange o manejo de insetos não é diferente, cabendo às pessoas envolvidas na pesquisa e nos trabalhos de campo realizar as observações e conclusões visando promover um ambiente mais sustentável a todos os elos da cadeia.

Autor: Bruno Manoel Rezende de Melo, Tecnólogo em Cafeicultura, Doutor em Agronomia/Fitotecnia. IFSULDEMINAS-Campus Inconfidentes.

Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4059991435170878

Autor: Andressa Aparecida Botelho, Graduanda em Engenharia Agronômica- IFSULDEMINAS-Campus Inconfidentes.

Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0500357331258576

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